sábado, 2 de março de 2013

Menopausa


Menopausa
                    

A mulher quando chega em uma determinada fase da vida começa a passar por uma transição que marca o fim da fase reprodutiva, ou seja, da possibilidade natural de ter filhos.
Esse período de transição, que se inicia com as primeiras falhas de produção de hormônios e vai até o cessar completo da menstruação, chamamos de climatério. A menopausa é definida pela ausência de menstruação por um período de 12 meses consecutivos, em função do fim da atividade ovariana.
Essas alterações se iniciam pois os ovários começam a produzir irregularmente o hormônio estrogênio, que exerce efeitos em todo o organismo feminino. As consequências a longo prazo da deficiência de estrogênio propiciam sintomas desagradáveis e aumenta o risco de algumas doenças.
É importante esclarecer que o fim da fase reprodutiva não significa o fim da vida sexual, a qual pode ser vivida com prazer e maturidade até o fim da vida.  Climatério
climaterioA palavra climatério vem do grego klimacton e significa "crise". Do ponto de vista clínico, o climatério pode ser definido como o conjunto de alterações orgânicas e psicológicas provocadas pela diminuição gradual da produção dos hormônios femininos (estrogênio e progesterona) pelos ovários, o que causa o fim dos ciclos menstruais. É, portanto, um período de transição entre a fase reprodutiva e a não-reprodutiva. 
O climatério está dividido em três fases: perimenopausa, menopausa e pós-menopausa.
perimenopausa é caracterizada pelo surgimento progressivo de alguns sintomas como ondas de calor, suores abundantes, depressão, irregularidade menstrual e também alterações urogenitais. Essa fase surge por volta dos 45 anos, antes da parada definitiva da menstruação que geralmente já se apresenta irregular.
menopausa, ou seja, a ausência de menstruação por um período de 12 meses consecutivos, em função da perda da atividade ovariana, somente vai ocorrer por volta dos 50 anos.
Depois da parada menstrual definitiva, ocorre o que chamamos de pós-menopausa, que seguirá pelo resto da vida da mulher. Por volta dos 60 anos, o organismo se adapta às novas necessidades impostas para a manutenção da saúde, e em geral, os sintomas indesejáveis são pouco observados.
Sintomas
Sintomas_da_menopausaA idade que se inicia e o climatério é influenciado por diversos fatorescomo raça, genética, alimentação, hábitos de vida, entre outros. Enfim é muito difícil generalizar uma idade para seu início, mas dados de pesquisas mostram que a maioria das mulheres brasileiras entram nessa fase entre os 45-50 anos de idade.
Os sintomas e sua intensidade também variam pelos mesmos fatores acima. Porém os mais freqüentes são os chamados vasomotores, e incluem ondas de calor, suores noturnos, palpitações, cefaléias (dor de cabeça) e vertigens. Sintomas psicológicos podem também ocorrer e incluem depressão, irritabilidade, fadiga e perda da libido.
Entre as doenças silenciosas e progressivas que surgem com a deficiência de estrogênio, destaque para a osteoporose, doenças cardiovasculares, demência e alterações do tecido urogenital, acarretando vaginite, incontinência urinária e dispareunia, um termo utilizado para se referir a dor durante o ato sexual.
Por isso, sempre esteja atenta e procure seu médico para acompanhar essas alterações.
As implicações com o fim da produção dos hormônios são muitas, pois eles exercem funções em quase todo o organismo da mulher. Existem receptores de estrogênios, por exemplo, no sistema nervoso central e nos tecidos ósseos. Os hormônios também são importantes para controlar a saúde global da mulher, já que participa, entre outras funções, da síntese de proteínas, da distribuição de gordura pelo corpo, do controle do colesterol e da preservação do cálcio nos ossos.
Em sua fase inicial, 75% das mulheres sofrem algum tipo de experiência relacionada à falta de estrogênio, como
Ondas de calor;
Incontinência urinária; 
Ressecamento da pele;
Secura vaginal.
Também são relatados frequentemente casos de irritabilidade, perda de concentração e da libido e depressão. Em cerca de 30% delas os sintomas são severos. A longo prazo, o déficit hormonal está relacionado ao aumento de doenças cardiovasculares, osteoporose e doenças cognitivas e demências, como o Mal de Alzheimer.
Tratamentos
A medicina descobriu nas últimas décadas muitas substâncias capazes de minimizar os sintomas da menopausa. O tratamento mais comum apresentada pelos médicos é a reposição hormonal, através de substâncias capazes de repor o que o organismo não está mais produzindo.
Essas substâncias são capazes de oferecer às "menopausadas" o equilíbrio do organismo de uma "balzaquiana" de 30 anos. Porém recentemente, alguns estudos têm mostrado que algumas dessas substâncias (sintéticas) têm apresentado efeitos colaterais perigosos a saúde das mulheres.
Uma solução muito comentada e pesquisada nos últimos anos são os chamados fitohormônios, substâncias extraídas de plantas - principalmente da soja - que podem auxiliar no combate da sintomatologia da menopausa. Seus benefícios têm sido comprovados por estudos clínicos.
Riscos das substâncias sintéticas
medicamentos_capsulas_diversasecentemente, as mulheres que tratam os sintomas da menopausa com doses extras de hormônio levaram um susto. A divulgação do mais importante estudo sobre terapia de reposição hormonal (TRH) já feito no mundo, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, questionou esse tipo de tratamento. O estudo envolveu 16 mil mulheres e é amplamente considerado o mais confiável e cientificamente rigoroso dos muitos estudos sobre terapia hormonal. Os dados apresentados pelos pesquisadores mostraram um aumento estatisticamente significante nas probabilidades de aparecimento de tumores de mama, o que fez com que a pesquisa fosse interrompida três anos antes da data prevista. Além disso, eles também notaram um incremento considerável nos riscos de doenças cardiovasculares, derrame, além de Mal de Alzheimer ou outras doenças associadas à demência em mulheres com mais de 65 anos. 
Mais um estudo colocou na berlinda a TRH. Divulgada no dia 06 de outubro de 2004 na revista da Associação Médica Americana, uma das publicações mais prestigiadas da comunidade científica, a pesquisa mostrou que mulheres com tratamento à base de estrógeno e progesterona em doses consideradas usuais, apresentam um risco dobrado de ter trombose (coágulos venosos, que podem se deslocar até o coração ou pulmões e causar morte imediata).
O estudo da Universidade de Vermon em Colchester (EUA), mostrou que o risco de coagulação do sangue é maior para as mulheres que estão acima do peso ideal, e que uma disposição genética para coágulos, assim como idade avançada, também aumenta as chances do problema. 
Por conta desses estudos, o FDA (agência que regula produtos farmacêuticos e alimentícios nos Estados Unidos) está recomendando que as mulheres que buscam alívio dos sintomas da menopausa usem essas drogas nas menores doses efetivas e pelo menor tempo possível. Além disso, o médico deve individualizar o tratamento e verificar se a paciente possui antecedentes ou riscos elevados de doenças como tromboembolia, câncer de mama, câncer de endométrio e doença hepática, além de apresentar sangramento vaginal não diagnosticado ou porfiria (distúrbio causado por deficiências de enzimas).
Alternativas Naturais
Fibras_cereais_frutasUma coisa é fato: frente as evidências relacionadas pelos estudos do Instituto Nacional de Saúde norte-americano, tem sido cada vez mais considerado a relação risco/benefício da TRH, cujo uso indiscriminado tem sido cada vez mais limitado. E nesse meio campo, vem crescendo rapidamente as correntes alternativas.
Os efeitos podem ser reduzidos com alimentação adequada, caminhadas e o uso de plantas que produzem substâncias naturais com ação semelhante ao estrogênio. Essas substâncias, conhecidas como fitormônios ou fitoestrógenos, podem desempenhar, em escala mais amena, mas sem nenhum efeito colateral, o mesmo papel da TRH sintética.
Os fitormônios são encontrados em plantas como a Cimicifuga racemosa, o Yam Mexicano, o Alcaçuz, a Linhaça, o Trevo Vermelho, mas sua fonte mais conhecida e mais abundante é a soja.
Soja e Menopausa

soja_e_dereivadosOs benefícios desse grão já foram constatados em dezenas de pesquisas que compararam as populações orientais, que comem soja diariamente, com as ocidentais, que pouco se alimentam desse grão. A constatação principal é que a mulher oriental sofre menos os efeitos da menopausa, como as ondas de calor, a irritação, a depressão, a perda de libido, além de apresentarem menor incidência de câncer de mama, de osteoporose e doenças do coração.
O grande desafio apresentado pelos médicos - mesmo por aqueles que defendem o uso dos estrógenos naturais -  está na definição exata das proporções dessas substâncias. É fácil de entender: enquanto as drogas químicas têm medidas precisas e rigorosas, que não se alteram de um lote para outro e que permitem que o médico prescreva exatamente a dose necessária, os estrógenos naturais à base de plantas não apresentam essa garantia. Há sempre o risco de a planta ter sido cultivada em solo ou temperatura diferente.
Se as notícias sobre as pesquisas com a TRH sintética são preocupantes, o momento é de olhar com mais atenção para as alternativas naturais. Estudos com alimentos à base de soja mostram que certos componentes do grão, tais como suas proteínas e isoflavonas, são capazes de aliviar os famosos fogachos que perturbam as mulheres na menopausa, além de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e osteoporose.
O Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, ligado à Universidade de São Paulo (USP), analisou, durante quatro meses, 98 mulheres saudáveis, mas com queixas de desconfortos, como ondas de calor, irritabilidade, insônia, etc. Delas, 50 receberam um alimento à base de soja, rico em proteínas, isoflavonas e cálcio. As demais recorreram à terapia de reposição hormonal clássica (estrogênio e progesterona). Os resultados foram comemorados. Nos dois grupos, os sintomas foram reduzidos. De acordo com a coordenadora da pesquisa, a médica ginecologista Ângela Maggio da Fonseca os resultados com o uso do alimento foram tão bons quanto a TRH empregada, com a vantagem de não ocasionar os efeitos indesejáveis da terapia de reposição hormonal.
Menopausa saudável

Recomendações para viver bem a menopausa
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Para superar os sintomas indesejáveis e o risco acentuado de certas doenças na menopausa, é fundamental que todas as mulheres tenham consciência da importância da adoção de um estilo de vida equilibrado que envolve uma alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, manutenção de um peso adequado e restrição do álcool e do fumo. Todas essas medidas auxiliam no bem estar geral e dão tranquilidade, disposição e saúde para encarar mais 40, 50 anos de vida pela frente.

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